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Estrabismo e Oftalmopediatria

O que é Estrabismo?

O Estrabismo é uma alteração ocular em que os olhos deixam de ser paralelos, ficando desalinhados, apontando para direções diferentes. Esse desvio pode ser constante ou ocorrer esporadicamente. Um dos olhos poderá estar direcionado para frente, enquanto o outro desvia para dentro, para fora, para cima ou para baixo.

O estrabismo é mais freqüente entre as crianças, mas pode ocorrer também nos adultos. Alguns casos tem caráter familiar. Nos adultos pode ocorrer em doenças neurológicas, diabetes, doenças de tiróide, tumores cerebrais, traumas, entre outras.

Causas

No olho humano, existem seis pares de músculos extra-oculares, presos do lado de fora de cada globo ocular e que controlam os movimentos dos olhos. Em cada olho, dois músculos movimentam os olhos para a direita e a esquerda.

Os outros quatro músculos movimentam os olhos para cima e para baixo. Para termos os olhos alinhados, todos os músculos oculares devem estar trabalhando em conjunto. Quando os músculos oculares não trabalham em conjunto ocorre um desvio ocular, que é o que chamamos de estrabismo.

Estrabismo em adultos

Pode ter como causas as doenças neurológicas, diabetes, doenças da tiroide, tumores cerebrais, acidentes, entre outras. Pode ser tratado clinicamente com óculos, prismas, exercícios ou por meio de cirurgia. A cirurgia pode ter a finalidade de reestabelecer a visão binocular (tratamento da visão dupla) ou finalidade estética (melhora apenas do alinhamento ocular sem melhora da visão). Esta pode ser realizada em qualquer idade.

Sintomas

O principal sintoma de estrabismo é o fato de os olhos não se manterem paralelos. São outros sintomas do estrabismo a visão dupla, embaçamento visual, entortar a cabeça para ver, piscar constantemente entre outros.

Caso haja suspeita, são necessários exames oftalmológicos para determinar sua causa e iniciar o tratamento imediatamente.

Diagnóstico

Um teste importante para tal diagnóstico é o Teste do Reflexo. Ele avalia se o foco de luz está centralizado nas duas pupilas. Também podem ser feitos testes de acuidade visual, de oclusão e de fundo de olho, além de uma avaliação do movimento ocular.

Tratamento

Existem várias alternativas de tratamento para o estrabismo. A seleção do tratamento adequado será determinada de acordo com a causa do problema. Entre os tratamentos viáveis estão:

  • Óculos de grau
  • Colírios
  • Exercícios ortópticos
  • Tamponamento do olho com visão normal
  • Cirurgia de Estrabismo

É importante considerar que o diagnóstico precoce é muito importante para o sucesso do tratamento.

Como é a Cirurgia?

A anestesia é feita localmente, mas pode ser necessário utilizar sedação em crianças ou adultos muito agitados, que não consigam colaborar durante o procedimento. O paciente é internado e liberado no mesmo dia, e o pós-operatório costuma ser simples.

Os músculos extra-oculares, que são aqueles responsáveis pelos movimentos dos olhos, são expostos por meio de micro incisões. Feito isso, o médico realiza uma intervenção, de acordo com a programação cirúrgica, para ajustar a musculatura, deixando esta mais equilibrada. Para isso é utilizado um fio próprio e solto da esclera (parte branca do olho). Para finalizar, a conjuntiva é reajustada para ficar com as características normais do olho.

Cuidados após a Cirurgia de Estrabismo

No pós cirúrgico de qualquer cirurgia ocular é necessário seguir fielmente às recomendações médicas para evitar complicações. No caso da cirurgia de estrabismo, é preciso manter repouso nos primeiros dias, evitando atividades físicas e pegar peso. Banhos de mar ou piscina também não são recomendados nas primeiras 3 semanas.

É preciso observar ainda cuidados de higiene das mãos e do ambiente, afim de evitar infecções. O uso correto dos medicamentos e a limpeza da pálpebra (com soro fisiológico ou água fervida), eliminando secreções também previne infecções.

Saiba mais

• Estrabismo não desaparece com o crescimento, mas pseudoestrabismo (falso estrabismo), sim.

• Quanto mais precoces forem o exame e o tratamento, melhor será o resultado.

• O tratamento para o estrabismo não é sempre cirúrgico, podendo em alguns casos ser feito por uso de óculos e exercícios.

• Se for indicada cirurgia, quanto mais cedo for feita, melhor a chance de a criança desenvolver visão normal.

• O tratamento por cirurgia pode ser feito em qualquer idade. A correção estética do estrabismo não tem limite de idade para ser realizada e a chance de sucesso é muito grande em qualquer fase da vida.

• O estrabismo pode estar relacionado a falha no desenvolvimento da visão (ambliopia – conhecida popularmente por “olho preguiçoso“). A visão se desenvolve até aproximadamente oito anos de idade. Quanto antes for diagnosticada e tratada alguma falha neste desenvolvimento melhor será o resultado final. Após esta idade o tratamento já não tem tanto efeito sobre a qualidade visual e a visão ficará mais fraca, independentemente do uso de óculos ou realização de cirurgias.

Ortóptica

O que é Ortóptica?

Ortóptica é a ciência da visão que trata os distúrbios da motilidade ocular (movimento dos olhos) tendo como principal objetivo a reabilitação das perturbações da visão binocular (uso simultâneo dos olhos) provocadas pelo desequilíbrio de alinhamento dos olhos como, por exemplo, alguns tipos de estrabismo, insuficiência de convergência (desvios de fixação para perto) e apoio ao tratamento da ambliopia (baixa acuidade visual de um ou ambos os olhos) em crianças.

A principal vantagem da visão binocular é a visão estereoscópica, conhecida como visão em 3D, muito utilizada atualmente em cinemas e televisões de última geração.

A insuficiência de convergência pode provocar sintomas de dor de cabeça, cansaço visual, embaralhamento e desconforto ao ler, que podem ser solucionados com um tratamento ortóptico.

Ortoptista

O ortoptista é o profissional da área da saúde graduado em Ortóptica e habilitado para avaliar e tratar os distúrbios sensório-motores por meio da avaliação e tratamento ortóptico.

Este profissional atua, também, nos testes e treinamentos com auxílios ópticos para pacientes com baixa visão – ou visão subnormal – dando suporte ao oftalmologista quanto à indicação de auxílios ópticos para melhora da qualidade visual tais como lupas, telescópios, lentes especiais de aumento, lupas eletrônicas.

Exames especializados para medir a capacidade de enxergar de bebês e crianças pré-verbais também são realizados pelo ortoptista, aplicando-se o Teste de Cartões de Acuidade de Teller, também conhecido por Olhar Preferencial.

A melhor forma de identificar a necessidade de uma avaliação com o Ortoptista é consultando seu médico oftalmologista que, após exame oftalmológico completo, identificará a necessidade de avaliar com um profissional da área.

Dra. Solange Fecarrota – Ortoptista – CBOrt: 00374/00132

O que é?

A Oftalmopediatria atua no diagnóstico de diversas doenças, como:

Catarata e glaucoma congênitos (que nasce com a criança);

Tumores, como o retinoblastoma;

Distúrbios que podem se manifestar ainda nos primeiros meses de vida, como toxoplasmose, obstrução das vias lacrimais ou estrabismo. Erros refracionais, que são as ametropias que podem ser corrigidas com uso de óculos.

Causas

Como as crianças dificilmente manifestam alguma queixa, é necessário ficar atento às principais manifestações das doenças da infância, como:

• Mancha branca na pupila (pode ser sinal de catarata ou retinoblastoma);

• Lacrimejamento ou lágrimas nos olhos (pode ser glaucoma, obstrução da via lacrimal, quadros alérgicos ou corpo estranho);

• Dificuldade para fixar a visão (sinal de baixa acuidade visual);

• Estrabismo (olhos não alinhados).

Prevenção

Em caso de suspeita de alguma alteração, deve-se procurar o oftalmologista geral ou oftalmopediatria para avaliação. Muitas vezes, estas alterações são muito leves ou difíceis de perceber. Assim, a melhor forma de prevenção é com exames periódicos.

Teste do Olhinho

O teste do olhinho, realizado na maternidade pelo pediatra e por um oftalmologista nos primeiros seis meses de vida, pode garantir a saúde visual do bebê. E também depois, com exames periódicos anuais, mesmo que a primeira avaliação seja normal.

Dra Adriana Fecarotta – CRM-SP 104625

 

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