Transplante de Córnea Endotelial (DMEK/DSAEK)
O transplante de córnea é indicado quando a transparência ou a curvatura da córnea estejam alteradas, não permitindo uma boa visão. Ele consiste na substituição da córnea alterada por uma córnea doadora que mantenha boas condições.
A córnea é uma estrutura transparente localizada na parte anterior do olho. Ela permite que as imagens do meio externo penetrem no olho e sejam captadas pela retina. Para o bom funcionamento da córnea, é necessário que a mesma tenha transparência satisfatória e curvatura adequada.
Quais são as indicações da cirurgia de transplante de córnea?
Traumatismos oculares: causados principalmente por acidentes de trabalho como a queda de ciscos nos olhos, pequenas perfurações, queimaduras com agentes químicos e outros. Para evitá-los é recomendável o uso de equipamentos e medidas de segurança.
Ceratocone: doença ocular com evolução gradual que deforma a córnea até que ela fique com o formato de cone. Esta doença causa diminuição da visão.
Outras causas: a córnea também pode ser afetada por doenças congênitas, como a distrofia de Fuchs, e complicações após cirurgias oculares como a ceratopatia bolhosa, ambas podendo levar ao edema (inchaço) da córnea; além de doenças metabólicas ou degenerações de origem desconhecida.
A Distrofia de Fuchs não é muito conhecida, uma vez que apenas cerca de 1 % das pessoas têm. Quando se tem a Distrofia de Fuchs, as células em uma camada interna da córnea chamada de “endotélio” começam a morrer. Estas células bombeiam a água para fora do olho, então a córnea se enche de água e incha. A córnea é a “janela” do olho, e assimila a luz, por isso, quanto mais avançada a Distrofia de Fuchs, mais embasada estará sua visão.
Transplante Lamelar Posterior
(Transplante de Córnea Endotelial sem sutura) – DSAEK/DMEK
A sigla DSAEK do inglês (Descemet Stripping Automated Endothelial Keratoplasty) e a sigla DMEK do inglês (Descemet Membrane Endothelial Keratoplasty), representam as duas técnicas mais modernas de Transplante de Endotélio sem sutura atualmente.
O IOA – Instituto de Oftalmologia de Assis é pioneiro por introduzir essa nova técnica, chamada de Transplante de Córnea Endotelial Automatizado (DSAEK). Após 40 anos de estagnação nas técnicas de Transplante de Córnea, o DSAEK/DMEK vieram para revolucionar o tratamento das doenças endoteliais.
O objetivo principal da nova técnica é evitar a remoção total da córnea, trocando apenas a parte interna (endotélio / descemet) que está comprometida, preservando as camadas anteriores da córnea e a superfície ocular. Assim, devido a troca de uma menor quantidade de tecido e a ausência de sutura, os índices de rejeição são extremamente menores que a técnica convencional de Transplante Penetrante (troca de toda a córnea).
O vídeo a seguir mostra detalhadamente como é feito o Transplante de Córnea DSAEK
O vídeo a seguir mostra detalhadamente como é feito o Transplante de Córnea DMEK
Transplante de córnea endotelial DMEK – Passo a passo
O DMEK se inicia pela preparação do botão doador. A membrana de descemet é descolada do botão, até próximo da região central. Um trépano (instrumento cirúrgico) de 9mm é utilizado para preparar a descemet e o endotélio doadores. O enxerto é corado e está pronto para ser implantado no olho do receptor.
Inicia-se então o preparo da córnea receptora. Uma pequena incisão corneana é realizada e com o auxílio de um gancho de Sinskey invertido, realizamos a remoção da membrana de descemet do paciente receptor, a membrana é descolada e o stripping é realizado para desnudamento do estroma posterior.
Neste momento preparamos o botão doador para implante no paciente, utilizamos a pipeta de DMEK, o enxerto é injetado dentro da câmara anterior, utilizando uma bolha de ar, vamos então desenrolar a membrana de descemet até completo posicionamento e abertura desta na câmera anterior. A membrana é desenrolada progressivamente, a pequena bolha de ar auxilia no desenrolar da membrana doadora, finalmente ampliamos a pequena bolha de ar para completa abertura e desenrolar da membrana doadora, agora colocamos a bolha de ar atrás do enxerto doador concluindo a cirurgia. Essa é a técnica mais moderna para o transplante endotelial.
A técnica do Transplante de Córnea Endotelial Sem Sutura (DSAEK) foi desenvolvida no Brasil com aprimoramento do aparelho MALKS AC – Antunes/Cvintal (Loktal Ltda) em 2009 pelo Dr. Victor A. C. Antunes. Esta técnica é utilizada em casos de doenças do endotélio como Distrofia de Fuchs e Ceratopatia Bolhosa pós-cirurgia de catarata. O DSAEK (Descemet Stripping Automated Endothelial Keratoplasty) hoje é a cirurgia mais realizada no mundo para estas patologias.
Com esta técnica, os resultados são mais previsíveis e reprodutíveis.
Recuperação do transplante de córnea
Uma das grandes vantagens das técnicas citadas acima está no tempo de recuperação do transplante de córnea, que no DSAEK/DMEK é em torno de 01 a 03 meses, comparado com o tempo de recuperação do Transplante Penetrante que varia de 18 a 24 meses.
Na imagem abaixo, fica clara a diferença entre o tempo de recuperação do transplante de córnea utilizando a técnica Penetrante e do DSAEK/DMEK:
Hoje o Instituto de Oftalmologia de Assis – IOA, conta com o especialista em Córnea e Transplante de Córnea Endotelial Sem Sutura (DSAEK/DMEK), Dr. Victor Andrigheti Coronado Antunes CRM 108193/RQE 69538 que desde 2006 se dedica a esta técnica. O profissional é um dos mais experientes do Brasil na realização desta técnica com mais de 500 procedimentos já realizados. Também é um dos principais palestrantes sobre esta técnica nos congressos no Brasil e no Exterior.
Transplante penetrante
Os Transplantes Penetrantes são aqueles que substituem toda a espessura da córnea, enquanto os transplantes lamelares substituem apenas uma fatia da córnea. Assim, dependendo de cada caso, o médico poderá optar por um tipo ou outro de transplante.
O vídeo a seguir mostra detalhadamente como é feito o Transplante Penetrante
Perguntas Frequentes:
O que é o endotélio corneano?
Endotélio corneano é a camada interna da córnea (película transparente anterior do olho) responsável pela transparência da córnea.
Quando se transplanta o endotélio corneano?
Quando não está funcionalmente sadio, levando a um inchaço da córnea e embaçamento da visão, que não melhora com o uso de óculos ou lente de contato.
Quais os problemas que podem alterar a função do endotélio corneano?
Basicamente existem 3 alterações da função endotelial. A primeira delas são disfunções endoteliais congênitas (desde o nascimento). A segunda seria a distrofia de Fuchs (distrofia = doença genética com manifestação tardia), patologia em que ocorre uma “degeneração” progressiva das células endoteliais. A última das formas de disfunção das células endoteliais corneanas é causada por trauma. Este pode ser um trauma convencional, como uma perfuração ocular, ou causado por cirurgia com necessidade de grande manipulação intra-ocular.
Todos os pacientes com disfunção endotelial podem ser submetidos a cirurgia de Transplante Endotelial de Córnea?
Existe um pré requisito que é a transparência das camadas anteriores da córnea, isto é, o problema deve ser exclusivamente do endotélio.
Quais as diferenças técnicas deste tipo de transplante de córnea e o transplante tradicional?
A grande diferença deste transplante para o tradicional é que se transplanta apenas a camada mais interna da córnea. Este implante é aderido naturalmente à outras camadas da córnea. Ou seja, não há necessidade de pontos para segurar o transplante em posição e também não se altera a superfície ocular.
Quais os benefícios desta técnica?
Recuperação mais rápida da visão e índices mais baixos de rejeição.
E os resultados desta técnica?
Esta é uma técnica bastante nova no mundo, e existe uma relação grande entre a experiência do cirurgião e o sucesso da cirurgia. Estudos publicados desde 2006, quando a técnica se consagrou, demonstra excelente resultado com recuperação da visão em um período que varia de 4 a 6 semanas.
É possível fazer cirurgia de catarata e Dsaek na mesma cirurgia?
Sem dúvida, é possível. A maioria dos pacientes que possuem Distrofia de Fuchs já tem início de catarata, sendo indicado a cirurgia combinada.
É possível fazer um novo transplante endotelial se for necessário?
Sim, devido as inúmeras vantagens e a facilidade técnica na troca do DSAEK, sem dúvida deve-se tentar a troca antes de ir para um transplante tradicional.
Quanto custa o transplante de córnea? Qual o preço do transplante de córnea?
Em respeito ao Código de Ética Médica não podemos informar quanto custa o transplante de córnea e nem qual o preço do transplante de córnea. Em outras palavras, para saber quanto custa o transplante de córnea é necessário o agendamento de uma avaliação, em que o oftalmologista analisará o caso. Havendo indicação do transplante é que os custos e formas de pagamento serão apresentados / discutidos.
Em cumprimento ao Código de Ética Médica, é inadequada a divulgação de preços de cirurgias, incluindo a divulgação do preço do transplante de córnea.
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