Instituto de Oftalmologia de Assis | 16 de fevereiro de 2017

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O que é a Catarata?
A catarata é a opacidade da lente natural que temos dentro do olho, chamada de cristalino. Apesar de, em casos raros, ser possível já nascer com catarata (congênita), geralmente é causada pelo próprio envelhecimento, principalmente após os 60 anos de idade. Outras causas de catarata são: uso de algumas medicações (principalmente a base de corticoides), trauma no olho, diabetes, inflamações e infecções. Nem sempre a diminuição da visão no idoso é por catarata. Pode ser causada por outras doenças como: tromboses na retina, isquemia do nervo óptico e degeneração macular, glaucoma e etc.

A catarata é uma doença que deixa a visão turva mesmo com óculos e é considerada a maior causa de cegueira do mundo. Além do borramento visual, a catarata também pode alterar a sensibilidade à luz, a percepção real das cores e visão duplicada. O único tratamento para a catarata é a cirurgia.

Cirurgia
A cirurgia de catarata é realizada com anestesia local tópica (uso de colírio anestésico), é removida a catarata e no lugar dela é implantada uma lente artificial, para substituir o cristalino opacificado. Sempre é necessário implantar a lente artificial, caso contrario a visão não fica boa. Hoje em dia, com equipamentos modernos e médicos experientes, a cirurgia é rápida e segura, com pequena chance de complicações. É feita por meio da técnica:

Facoemulsificação
Técnica moderna em que se quebra a catarata em pequenos fragmento que são removidos do olho por uma pequena abertura (menor que 3 mm) e se coloca uma lente de material siliconado dobrável (material mais mole). Está técnica é a mais fisiológica e menos agressiva ao olho, realizada em mais de 98% dos casos. A recuperação da visão após a cirurgia de catarata geralmente é rápida e o paciente retorna ao trabalho em poucos dias.

Opacidade da Cápsula Posterior à Lente:

Entre 20 a 40% dos pacientes, após meses ou anos da cirurgia, pode ocorrer uma opacificação cicatricial atrás da lente implantada e a visão volta a piorar. Nestes casos, a visão é facilmente restaurada pela aplicação de Laser (Yag Laser System YC-1200), uma luz que faz uma limpeza na área cicatrizada. Este procedimento é simples e realizado apenas com aplicação de anestesia por colírio.

As lentes intra-oculares:
Existem diversos tipos de lentes que podem ser implantadas no lugar da catarata:

Lentes Simples:
Apresentam resultados semelhantes às lentes monofocais esféricas (visão um pouco mais borrada comparada com as lentes asféricas), porém não corrigem grau, sendo necessário utilizar óculos tanto de longe quanto de perto depois da cirurgia.

Lentes Multifocais
A lente multifocal é a mais moderna, que além de remover a catarata, consegue também corrigir o grau dos óculos tanto para longe quanto para perto. A tecnologia de multifocalidade das lentes intraoculares é diferente das lentes dos óculos e pode ser implantadas mesmo em pessoas que não se adaptam a óculos multifocais.

Essas lentes funcionam muito bem, mas também apresentam um período de adaptação que varia de 3 a 6 meses.  Nesse período é comum a percepção de anéis luminosos em volta da luz (que podem atrapalhar para dirigir a noite, pois os faróis dos carros brilharão mais que o normal) e dificuldade com foco para distância intermediária (distância de uso computador).

Existem algumas marcas diferentes de lentes multifocais com indicações diferentes para cada caso. Se você tem catarata e não deseja usar mais óculos após a cirurgia, converse com seu médio para ver qual a melhor escolha de lentes multifocais para seu caso.

Lentes Monofocais Asféricas
Essas lentes tem qualidade visual muito boa e geralmente corrigem o grau dos óculos para longe, sendo necessário o uso de óculos para perto. Para diminuir a necessidade de óculos para perto, seu médico pode propor uma técnica chamada de monovisão, na qual um olho fica mais bem preparado para enxergar de longe e o outro para enxergar de perto. Apesar de muitos pacientes gostarem dessa técnica e ficar sem usar óculos na maior parte do tempo, essa técnica não tem os mesmos resultados das lentes multifocais e em alguns momentos será necessário usar óculos.

Lentes Monofocais Esféricas
Essas lentes também corrigem somente o grau de longe e semelhante às lentes asféricas, é necessário usar óculos para perto. Essas lentes têm resultados semelhantes às lentes asféricas, mas devido a um efeito chamado de aberração esférica, apresentam menor definição de detalhes, ou seja, a visão com essas lentes é um pouco mais embaçada comparada com as lentes esféricas, principalmente em ambientes mais escuros.

Lentes Tóricas
Alguns pacientes, além da catarata, apresentam um tipo peculiar de grau de óculos chamado de astigmatismo, que distorce a imagem. Quando o astigmatismo é baixo (geralmente menor que 1 grau) não interfere muito no resultado cirúrgico e nem sempre é preciso tratá-lo.  No caso de astigmatismos mais altos, é necessário implantar lentes que tenham a capacidade de corrigi-lo, chamada de lentes tóricas.

 

Quando devo operar?
A catarata congênita, normalmente, é uma urgência e deve ser operada o mais rápido possível.

A cirurgia de catarata no adulto deve ser decidida pelo médico, de acordo com as queixas e necessidades do paciente.

Exames necessários:

Biometria
Mede o comprimento do globo ocular e calcula o grau da lente que será implantada durante a cirurgia de catarata para que a pessoa fique sem grau de óculos depois da cirurgia ou com um grau mínimo, dependendo da lente escolhida pra ser implantada.

Microscopia especular
O exame avalia a qualidade da córnea, tecido transparente que fica na parte da frente do olho semelhante a um vidro de relógio. Quando a córnea esta debilitada pela ação da idade ou danificada por qualquer outro motivo, cuidados adicionais têm de ser tomados durante a cirurgia para chegar a um bom resultado visual após a cirurgia. Caso o paciente apresente um dano na córnea acentuado será necessário realizar, além da cirurgia de catarata, um transplante de córnea.

Topografia da córnea
Avalia com precisão a superfície anterior da córnea e o grau e o tipo de astigmatismo que o paciente apresenta. Esse exame é especialmente importante nos casos de astigmatismo altos ou quando se pretende implantar lentes multifocais.

Tomografia de retina
Avalia as condições da retina, especialmente uma área central chamada mácula. Esse exame serve para descartar problemas na retina que também podem interferir com o resultado da cirurgia. Não é obrigatório realizar sempre, mas é imprescindível em casos que se vai implantar lentes multifocais.

Ultrassonografia ocular
Esse exame serve para ver se existe algum dano no fundo do olho em casos de catarata muito avançada e densa, quando não é possível avaliar o fundo do olho por exame de mapeamento de retina.

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