Problemas de visão costumam ser diagnosticados na idade escolar, quando a criança tem dificuldades para fazer atividades ou acompanhar as aulas. No entanto, é possível identificá-los muito mais cedo, afirma Sansão Kac, membro titular e da diretoria da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), especialista em Oftalmopediatria.
“Os pais precisam ficar atentos se os filhos aproximam muito os objetos do olho, desviam o olhar quando querem focar em algo ou não acompanham os objetos com os olhos”, explica Kac. Esses sinais indicam que algo não vai bem e o bebê precisa passar por uma avaliação oftalmológica.
Outro motivo para consulta é o estrabismo. “Crianças a partir dos seis meses que apresentam estrabismo precisam ser levadas ao médico, porque podem ter diminuição de acuidade visual”, alerta o médico. “Mesmo que não tenha [diminuição da acuidade], não está desenvolvendo bem a visão binocular, em terceira dimensão. A criança que não desenvolve isso pequena não vai desenvolver depois.” O oftalmologista explica que é possível corrigir o problema até os cinco anos de idade, mas o ideal é “forçar” a visão a se adaptar ainda aos dois ou três anos. Isso pode ser feito com tampões, óculos, colírios ou cirurgia, dependendo do caso.
Mesmo as crianças que não apresentam nenhum sinal de dificuldade para enxergar devem ser levadas ao oftalmologista pelo menos aos dois e aos quatro anos de idade para garantir que tudo vai bem, defende o especialista. “É importante para prevenir que tenha alguma doença que ninguém tenha percebido. Se a criança já nasceu com baixa visão em um dos olhos, por exemplo, para ela é normal, porque ela enxerga bem com um olho.”
Outro procedimento padrão é o teste do olhinho, um dos primeiros exames que devem ser feitos nos recém-nascidos. Com o procedimento simples e indolor, é possível detectar cegueira ou alterações no olho do bebê que possam causar obstruções visuais.
Correção
Kac alerta que não se deve adaptar armações de óculos de adultos para crianças por uma questão de segurança. “Existem armações para crianças pequenas feitas em silicone e lentes com tratamento para evitar uma quebra fácil quando há um trauma”, afirma.
Também é possível receitar lentes de contato para os pequenos a partir dos sete ou oito anos de idade, mas apenas quando eles são capazes de manusear e colocá-las sozinhos. “Os pais podem ajudar, mas não podem ser os responsáveis por colocar a lente, porque a criança não está com eles ao lado 100% do tempo”, justifica o oftalmologista.
Kac sugere que sejam usadas lentes diárias, que são descartadas após cada dia de uso, para diminuir o risco de contaminação.
Aqui no IOA temos a especialista Dra Adriana Fecarotta – CRM-SP 104625